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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A praxe é idiota...mas é a praxe e esse é o problema!

Já falei aqui da praxe, contudo vou voltar a este tema porque as coisas que tenho lido e visto (nomeadamente no programa "Prós e Contras" da RTP) são, no mínimo aberrantes. 

Entrei para a universidade em 2006. Tinha 19 anos e, por essa altura, já sabia muito bem aquilo que queria e o que não queria. Logo no primeiro dia um idiota qualquer chegou à minha beira e afirmou que eu não podia vir para a universidade de salto alto porque era caloira e tinha de ser praxada, e ao que parece na praxe era proibido. O anormal em questão levou uma resposta "à Catarina", encolheu o rabinho entre as pernas e desapareceu.

Tudo isto para quê? Para dizer aqueles que são pró-praxe que a palavra "opcional" tem muito que se lhe diga, mais, a forma absolutamente ríspida com que o anormal em questão se dirigiu a mim comprova gritantemente a ideia de subserviência que os novos alunos devem, segundo os regulamentos da praxe, oferecer a quem entrou antes destes. 

Com todo o respeito por quem gosta de fazer figuras de urso, nunca tive especial prazer em dizer "sim" a tudo, tampouco a rebolar em lama ou olhar para o chão. Gosto da hierarquia, acho que em qualquer sociedade uns devem dirigir, outros devem ser dirigidos. Não nascemos todos com o dom de mandar, no entanto aqueles que "dirigem" devem percorrer um caminho que não seja apenas passear livros numa qualquer instituição de ensino superior. Quem dirige para além de ter mérito deve ser justo com os dirigidos e não fazer da humilhação e do vexame instrumento para descarregar toda e qualquer frustração. 

Nunca quis ser amiga de todos, nunca me interessou especialmente ter um curso unido. Prefiro ser seletiva com as minhas amizades e não ser amiga de tudo o que mexe só porque "temos de ser todos amigos e darmo-nos todos muito bem". Essa é a maior falsidade da praxe, é o que faz a praxe uma idiotice. As pessoas são pouco inteligentes e acreditam que conseguem criar laços com um curso inteiro! Sagrada seja a ingenuidade!!!

Perdi alguma coisa em não ir à praxe? É claro que não! Honestamente só ganhei. Consegui separar os idiotas das pessoas interessantes, criei amizades com indivíduos dentro e fora da praxe. Posso ter continuado com a fama da "nojenta elitista que tem a mania que é importante" mas, essa fama, também a tenho cá fora e os que não me conhecem são os que mais fazem questão de a publicitar.

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