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sábado, 4 de janeiro de 2014

Quase crónicas a Tália: O começo

Com a chegada de 2014 optei por iniciar uma nova série de textos, sem data de termo definida e que pretendem reflectir sobre coisas. Que tipo de coisas? Essencialmente três tipos de coisas: Coisas engraçadas, coisas nada engraçadas e coisas moderadamente engraçadas. Neste momento o leitor achará que estou a ser vago demais, talvez até idiota, mas, repare bem no meu génio, fui capaz de deixar de fora temáticas como; coisas quase engraçadas, coisas nada engraçadas ao Domingo, coisas 99% sem graça, coisas que parecem coisas e depois de analisadas são apenas coisitas, entre outras. Não quero de forma alguma exacerbar o meu génio nem auto-bajular-me mas, julgo que estas "Quase crónicas a Tália" estarão muito acima das que são escritas por Miguel Esteves Cardoso, Vasco Pulido Valente ou até mesmo João César das Neves. Admito, apesar de tudo, as minhas fragilidades e sei que jamais atingirei a qualidade de um Cláudio Ramos ou de uma Paula Bobone, infelizmente as Tágides não me iluminaram com tais dons de escrita.

Qual será então o primeiro grande tema destas "Quase Crónicas"? A resposta é: pessoas. Ou melhor, quase-pessoas que gostariam de ser pessoas e só não são pessoas porque preocupam-se mais em disseminar fogueiras nas quais se vão queimar, do que propriamente em viverem. É uma espécie de "auto-auto de fé" dos tempos modernos tendo a seguinte pequena vantagem: não aleija, pelo menos fisicamente falando. Um conselho a este tipo de pessoas: "get a life"! "Tem uma vida" porquê? Na verdade, estes seres não têm uma, preocupam-se demasiadamente com os outros pensando que, dessa forma, irão dissimular os seus defeitos. Não caro leitor, nós não temos culpa que existam pessoas que não consigam arranjar uma vida, muito menos culpa temos de indivíduos que não se esforçam por encontrar algo com que se entreter que não seja atacar os outros e fazer estudos de enriquecimento cultural, como por exemplo, exaustivas pesquisas de cinema caseiro após as 2 da manhã. Começo a perceber o porquê da pessoa mais procurada no Google em Portugal ser Érica Fontes.

Que fazer? Sim, que fazer? Esta é a grande questão que nos é colocada. Ignorar? Dar-lhes um sopapo bem assente no maxilar superior ou inferior? Nenhuma destas me parece uma boa opção. Se optarmos pela primeira a outra parte fica com a vitória. Ao contrário do que possa pensar o leitor, as vitórias só dão ainda mais coragem a estes seres para continuarem a sua cruzada de descarregar nos outros a própria frustração. Pessoas que são perdedoras por natureza quando têm uma vitória continuam a insistir. Já a segunda não é recomendável, não só por causa dos processos judiciais mas também porque, enquanto contribuintes, teríamos de pagar a conta do hospital no qual a quase-pessoa fosse receber tratamento. Ficamos então com a arma da escrita que, rezam as crónicas, pode doer tanto como um sopapo daqueles com conta, peso e medida!

No mundo contemporâneo alguns dos designados "Homo-Sapiens" ficam extremamente perturbados quando encontram alguém que é capaz de argumentar, de questionar, de demonstrar a sua posição. Participar em discussões, ir contra o poder instituído quando necessário, defender as suas convicções políticas e ideológicas é algo totalmente impossível para seres cujo intelecto é atrofiado, fruto de uma infância difícil ou, quiçá, de uma puberdade pouco esclarecedora. É uma pena que assim seja, contudo, rapazes e raparigas que se identificam com este texto: Vão sempre a tempo de mudar!

Assim sendo, e só porque sou imensamente bonzinho, decidi dedicar a minha primeira "Quase Crónica" às quase-pessoas. Tenho a firme convicção que estas, quando lerem (as que souberem ler) estas linhas sentirão o gorrozinho da vergonha e da humilhação enterrar bem fundo, precavendo dessa forma qualquer um dos seus dois neurónios de constipar nesta época fria e chuvosa. Isto sim é cidadania em acção!

A.R.R.

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