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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Como vai a democratização do golfe em Portugal?

Antes de tudo dou as boas vindas ao mais recente elemento do blog.

Findo o mês de Agosto, entramos no época em que muitos regressam das férias, pareceu-me apropriado, além de constatar uma realidade, falar um pouco de golfe e da sua democratização.

Como apareceu o golfe em Portugal? Como está a sua democratização?

O golfe, tal como hoje se conhece, é quase certo que surgiu na Escócia, tendo como ponto de partida modalidades idênticas da época ou anteriores. Este desporto difundiu-se no mundo pela mão dos britânicos, sendo que Portugal não foi excepção. Chegou ao nosso país nos finais do século XIX e está irrefutavelmente ligado ao vinho, no porto (Oporto) e às companhias de telefones, em Lisboa (Lisbon).
Não obstante estes tempos já serem longínquos aos nossos olhos, em que Portugal só possuía dois campos e os jogadores escasseavam, entendo que passado mais de um século a modalidade não cresceu o suficiente nem se democratizou! Bem sei que os campos aumentaram consideravelmente mas a fatia da população que joga golfe tende a não aumentar. Desde a última década do século passado que a “população golfista” não dá o salto quantitativo. É certo que actualmente a conjuntura económica não propicia o desenvolvimento.
Obviamente a perda de poder financeiro dos últimos anos tem, naturalmente, um reflexo negativo no desenvolvimento desta modalidade. Se nos últimos anos a crise provocou um recuo no número de jogadores e os clubes viram, igualmente, abrandar a afluência aos campos, causando uma diminuição nas suas receitas, nada foi colado na prática para se contrariar para contrariar esta tendência.
Todo o jogador de golfe sabe que os valores praticados na modalidade não são baixos. Alguém que jogue uma vez por mês com meio set (uma marca fraca), não tenha aulas, não jogue em campo, seja sócio de um clube sem campo e não jogue torneios consegue que o golfe seja low-cost, mas igualmente não evolui. Em contra-partida, quem joga mais que quatro vezes por mês, pretende evoluir, tem aulas, é sócio de um clube com campo, joga torneios e compra material razoável (mesmo que seja em segunda mão) despende uns valentes euros. Claro que assim existe a imagem de um desporto elitista.

A realidade é que de facto ainda não existiu uma verdadeira campanha de democratização deste desporto, logo a grande maioria das pessoas continuará a pensar que a modalidade é destinada a uma elite. O golfe pode vir a ser praticado por todos, deve é ser divulgado com uma campanha em grande escala e ao mesmo tempo sustentar esta iniciativa com preços apelativos a todos, contribuindo assim, para que os que se iniciem possam continuar a praticar este desporto e não sejam expelidos pelos preços. É urgente envolver os agentes difusores da modalidade e governamentais numa discussão pública para criar um ambiente de crescimento, contrariando os indicadores de um clima desfavorável à modalidade.
Aliado a uma imagem elitista a esmagadora maioria da população não procura, de forma voluntária  conhecer a modalidade, logo a ocupação dos campos continua a ser feita pelos “antigos” jogadores. As iniciativas são muito ténues, levando a que a ocupação dos campos seja reduzida. Temos que ser pragmáticos, se um campo tem despesas fixas, as quais já levaram alguns os campos à falência, deve ser encontrada uma estratégia que mude este aspecto, ou seja ter mais população no campo. Dividir a despesa fixa por 10 jogadores não é o mesmo que dividir por 100 (é um mero exemplo), logo deve-se reduzir de preços, é a lei da procura e da oferta. É verdade, o golfe é um desporto caro, mesmo para os que dizem que comparado com outras modalidades não é assim tão dispendioso, sejamos honestos, tirando desporto motorizado e mais um ou dois o golfe é inacessível a muitas pessoas.
Nem tudo está mal, devemos congratular a iniciativa da F.P.G. por possuir um espaço “tipo campo municipal” com preços mais reduzidos e ao lançar o projecto do golfe juvenil 2013-2016. Sabemos que o futuro da modalidade são os jovens, é nas escolas que podemos ir encontrar uma população que jogue e possam ingressar num circuito profissional. Evidente que nem todos serão campeões, porém podem ingressa nos clubes de forma administrativa e colaborar no respectivo fomento da modalidade; podem ser apenas jogadores activos para a vida, ou por fim podem ser treinadores e deste modo conseguirem fazer chegar o golfe a mais pessoas.
Neste segmento da população, ou seja jovens, o golfe já não é tão dispendioso, por exemplo comparado com o futebol em que se paga entre 25€ a 50€ para se estar numa escolinha, o golfe consegue preços idênticos, além do mais o material para estes não é tão dispendioso.

Concluindo, com este texto de um modo simples, pretendi elucidar o leitor (quer pratique ou não a modalidade), que a maioria dos campos para sobreviver não pode encara o golfe como um desporto elitista, deste modo, devem ser reflectidos preços de aceso aos campos (no geral: aulas, material, torneios). As portas do “golfe” devem estar abertas a todos que queiram ter acesso à prática e com os preços reduzidos. O campo está lá quer se use ou esteja deserto, como tal é preferível estar povoado! Também é certo que vão existir sempre alguns clubes que praticam preços elevados, apenas acessíveis a algumas pessoas, todavia, em contra partida é importante ter clubes com valores mais acessíveis, e ao mesmo tempo serem divulgados entre todos.

7 comentários:

Antônio Jordão disse...

Perfeitamente de acordo. No entanto gostava de ver um maior envolvimento por parte da federação.

Anónimo disse...

Caro amigo David,

A maior das verdades não as dizes concretamente, o golfe quer deixar de ser elitista mantendo-se sempre elitista. Os campos não querem ser ocupados por pés descalços, todo o clube gosta de manter o seu status. Campanhas? O golfe em Portugal não sai do sítio enquanto não disserem aprende-se e joga-se por menos de 500€ ano. Concordo que existam campos e campos, quem quiser ter campos fechados para os sócios está no seu direito, em oposição deveria existir uma alternativa de cariz municipal, mas só daqui a uns bons e longos anos.

Abraço do C. Gomes

João Filipe disse...

Ninguém quer saber de golfe,não é desporto. O pessoal quer é futebol, é barato, todos gostam de ver e jogar. É uma paixão!

Anónimo disse...

Comentário muito fraquinho e bastante superficial.

Anónimo disse...

A ignorância e falta de bom senso leva a tais disparates, não sou panegirista que se viva para um único desporto. João Filipe presumo que você tenha uma visão muito redutora da vida. Já habitei num país onde o golfe é um desporto de massas, passei férias onde quase nem se falava nele, o importante é praticar-se exercício físico e múltiplo facetado. Não podemos ver as nossas preferências condicionadas por alguns só ecoarem que o futebol é a diversão de todos.
C. Gomes

Pedro Oliveira disse...

Este apontamento é bastante coerente e resume o estado do nosso golfe, ficaria satisfeito se continuasses o texto de forma a apresentar soluções para se conseguir essa democratização. Sou favorável a este nosso desporto deve ser o de todos, não meramente de uma única estirpe social mas são precisas gerações para mudar este pensamento e colocar o golfe noutro patamar. Continuaram campos a fechar, outros a abrir, golfistas a desistir outros a começar mas ainda existe por vias e travessas dificuldades para deixar de ser um desporto caro. Não consegues mudar isso de um dia para o outro.

Anónimo disse...

Querem deixar o povo jogar golfe? Pensava que os ricassos queriam o golfe só para eles.