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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A campanha nas autárquicas

As autárquicas são um circo; e circo porventura é uma designação demasiado abonatória para classificar esta espécie de Carnaval fora de época. A verdade é que temos de tudo: desde os malabaristas aos domadores de feras passando, claro está, pelos palhaços.

Em tempos conturbados esperava uma campanha mais responsável, com mais ideias e menos circo; mais projetos e menos distribuição de t-shirts, canetas, e sandes de bifana. Digamos que grande parte dos candidatos optam pelo pão e circo, fazendo dos eleitores criaturas com um neurónio apenas. É claro que o povinho gosta, em época de crise para matar a fome nada melhor que percorrer os comícios dos principais partidos e comer a bela da sandes de bifana!

Os beijinhos e abraços são distribuídos com certa facilidade, o bailarico com as senhoras de meia-idade também não pode faltar. É claro que, chegados ao conforto do lar, os candidatos tomam o seu banho com hidro-gel para retirar todas as bactérias do povo que possam vir "encaixadas" na pele.

Após dia 29 o que acontece? Acaba o Carnaval e, com ele, a simpatia dos candidatos. O "vamos fazer" dá lugar ao "não há dinheiro para fazer"; o "vamos desenvolver" dá lugar ao "nem tudo é possível".

É claro que nem todos os candidatos encaixam neste perfil. Existem pessoas sérias e realmente genuínas que se recusam a vestir uma capa deprimente para caçar o voto. Inegável é que também existem os candidatos como os que referi acima. Seria muito importante começar a entender que as autárquicas mais que "pão e circo" deveriam ser "ideias e seriedade".


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