A crise tornou os portugueses mais...sensíveis. Sinto-me parte integrante do país, não falo como se fosse "estrangeira" apesar de ter nascido e vivido alguns anos fora de Portugal. Uma das capacidades que ganhei (boa ou má, o tempo dirá) foi a de conseguir analisar este retângulo de uma perspectiva mais imparcial que a maioria dos portugueses. Tenho muito orgulho de 50% do meu sangue ser lusitano, no entanto há coisas que me enervam.
O momento crítico que o país atravessa leva a que fiquemos mais fedorentos. Tudo nos melindra, somos criaturas amuadas, que vão chorar para as redes sociais quando o estrangeiro faz dói-dói verbal. O episódio de "Family Guy" no qual os portugueses são satirizados é um desses exemplos. Nas redes sociais o escândalo é imenso, como se o povo português não pudesse ser alvo de crítica (bem ou mal feita fica ao critério de cada um). Vivemos em que mundo? Será que por estarmos em crise, logo, mais sensíveis e mariquinhas, não podemos ser criticados? Deixo outra questão...se fosse algum humorista nacional (um RAP ou Bruno Nogueira) a fazer algo parecido com isto será que não acharíamos graça? Claro que sim. Porquê? Porque não era o estrangeiro mau a gozar com as virgens ofendidinhas portuguesas.
Este tipo de ofendidismo denota um espírito completamente atrasado e pouco flexível ao humor que, recordo, tem como objectivo principal fazer RIR. O ser normal consegue colocar-se num patamar superior e, inclusive, rir dos estereótipos dos portugueses focados no desenho animado; já o português "vidrinho" e sensível, escreve textos indignado enquanto faz cócó na fralda. Eliminemos de uma vez por todas esta atitude triste e deprimente. Todos nos rimos com o Borat, por exemplo, sabem porquê? Porque o Borat não faz humor com Portugal mas sim com o Cazaquistão. É por isso que ele tem piada e o "Family Guy" deixou de ter quando focou o sacro-santo império das carpideiras nacionais.
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