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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Portas e os pobres

Foi com um certo regozijo que Portas referiu-se à manifestação do passado fim de semana, pelo simples facto de, segundo o próprio, os mais pobres não se terem manifestado. Primeiro ponto, como sabe Portas que esses não se manifestaram? Será que andou por lá a controlar as declarações de rendimentos dos manifestantes? Se for assim muito bem, caso contrário, parece-me algo precipitado dizer algo desta natureza, pese embora a maioria de nós saiba quem eram a maior parte dos manifestantes ( funcionários públicos).

O argumento de Portas é demagógico...

Quando Portas diz que os pobres não se manifestaram tem um interesse claro em dizer isso, pois tenta demonstrar por aí a justeza social das medidas apresentadas no novo orçamento. Tenta demonstrar que defendeu os mais pobres das medidas duras. Isso até poderia ser verdade, o que primeiro não me parece que seja, pois considerar que alguém que ganha 600 euros não é pobre soa-me a estranho. Mas mais do que isso, Portas esquece-se que isto não demonstra a justiça do orçamento. Como economista, defendo que quem merece ganhar mais, deve ganhar mais e tal não me parece de modo algum injusto. Contudo, a partir do momento em que a carga fiscal assume um tal ponto em que determinadas faixas de rendimento são muito penalizadas, parece-me injusto, pois isso representa um claro desincentivo ao trabalho e ao mérito.

Lição: a justiça social deve ser vista como dar a cada um aquilo que ele merece

Ou seja, se alguém contribui com o seu esforço para uma importante fatia de riqueza não deve ser penalizado de forma desmedida, pois isso desvirtua fortemente a sociedade.



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