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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Leituras dos resultados das autárquicas

No passado domingo decorreram as eleições autárquicas. Sem surpresas de maior, o PS saiu vencedor das mesmas, quer em número de câmaras conquistadas, quer em número de votos. Rapidamente, muitos vieram a terreno afirmar que isto era um claro cartão amarelo (quiçá vermelho) ao executivo, talvez inspirados numa noite eleitoral autárquicas de 2001 que marcou a queda do primeiro ministro António Guterres.

Tenho dúvidas que os resultados signifiquem isso...

Embora admita algum efeito nacional, penso que parte do resultado eleitoral do PSD pode ser explicado pelas escolhas claramente desastrosas em alguns municípios, cujos principais exemplos são os de Lisboa, Porto, Gaia e Sintra. Aí claramente, nestes 4 grandes centros urbanos vemos que outros candidatos poderiam ter outro tipo de resultado. Nalguns casos não digo ganhar, mas pelo menos ter votações mais simpáticas para o PSD.

Penso que os eleitores têm a capacidade de distinguir autárquicas de legislativas...

Por exemplo, pegando no caso do meu concelho ( o concelho de Braga), onde o dia de ontem marcou o fim do legado socialista que datava de 1976. Aliás boa parte da vitória do PSD deveu-se aos resultados obtidos nas freguesias urbanas, onde supostamente a política nacional e local por vezes são consideradas indissociáveis. Isto demonstra que os eleitores não misturaram alhos com bugalhos (como se diz popularmente) e que na hora da decisão final pensaram sim em escolher, no entender delas, o melhor presidente de câmara para a sua cidade, e não em mostrar um cartão amarelo ao Governo.

Conclusão

Penso que este tipo de atitude é totalmente correcta, e é um sinal claro para todos os políticos de que os eleitores não são ignorantes. O objectivo da política local deve ser o de proporcionar aos cidadãos um conjunto de políticas de proximidade que garantam a melhoria do seu bem-estar, tendo em conta todo o contexto nacional, e é por aí que os candidatos devem centrar a sua estratégia. Concordo que se possam associar as pessoas a determinados tipos de política (é perfeitamente legítimo), agora o que está errado é fazer disso a sua estratégia eleitoral.

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