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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Estados Unidos na Síria? Vão tarde!

Muito se tem falado dos Estados Unidos e do ataque à Síria (cada vez menos provável). O Nobel da paz fará a guerra? Creio que não, mas espero que sim. Não pensem os leitores que tenho alguma empresa de armas ou que sou prima afastada de algum "senhor da guerra". Nada disso. Tenho a profunda convicção que por vezes a guerra é a melhor forma de cultivar a paz. Esta é uma dessas ocasiões.

Não serei de todo lírica e ingénua ao ponto de pensar que os americanos, ao intervirem na Síria, apenas o farão porque são muito solidários com o povo que está a ser atacado, de forma desumana, com armas químicas. Todos sabemos que o território sírio está numa zona estratégica-chave. Com o Iraque e o Afeganistão controlados, é evidente que ter mais um país na esfera de influência ocidental é ótimo para os americanos e, já agora, para todos nós. 


Apesar de não ser propriamente fã de ditaduras, julgo que existem povos cuja mentalidade não está ainda preparada para um regime democrático. As nações do médio-oriente são, definitivamente, um desses exemplos. Não estou a afirmar que os ocidentais são superiores, nem mesmo que estão mais avançados. Não sei inclusive se a democracia será um modelo político (pelo menos do ponto de vista prático) mais eficaz que o modelo autoritário. O que sei, e digo-o sabendo que posso ser acusada de tudo e mais alguma coisa, é que os povos islâmicos preferem a prisão da religião à liberdade política da democracia. Está no seu ADN misturarem religião e política, o que como sabemos, não é, nunca foi, nem nunca será, algo muito interessante! Por isso mesmo, se a ideia é destituir Assad, os Estados Unidos que não repitam o erro que ocorreu no Egipto! Chamem-me o que quiserem, mas creio que a melhor opção para o mundo, neste momento, é substituir o ditador sírio por um outro ditador da confiança dos EUA. 

Outro ponto que gostaria de focar, e até porque me espantam alguns textos e declarações demagógicas que têm vindo a lume nos últimos dias, é a demonialização que tem sido feita à possível intervenção americana. Ora vem o Papa falar no lobby das armas, ora vêm comentadores referirem que têm dúvidas se as armas químicas são, efetivamente, do regime sírio, ora afirmam que toda a situação poderá ser o começo de um conflito à escala mundial. Enfim, a idiotice tem sido tanta, que qualquer dia dizem que os americanos podem não vencer a guerra. Para todos esses incautos, caso não tenham reparado, morrem crianças todos os dias às custas do sadismo sírio. Parece que pouca gente se preocupa com isso. Todos estão mais preocupados em saber o que os EUA vão ganhar ou não com a intervenção. Independentemente do que lucrarem ou perderem, o que interessa realmente, e pouca gente fala disto, é acabar com o flagelo do povo sírio. 

Veremos se a pressão da China e da Rússia (essas duas democracias) assim como o facto do Secretário de Estado John Kerry ter feito declarações que colocam em xeque os planos para uma intervenção militar, farão abrandar a resolução de um conflito que, pelo menos à primeira vista, parece irresolúvel, e que já causou a morte a mais de 100.000 pessoas. A entrega das armas químicas? Quem acredita que as armas serão entregues na totalidade? Aliás, a própria entrega de armas químicas pressupõe que o Governo sírio possui as mesmas e, certamente, não as usará apenas para adornar os armazéns bélicos. 

O que faz falta? Um Presidente Republicano! Garanto-vos, a guerra já tinha começado e terminado faz tempo.

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