Pages

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Enquanto emigrar for uma fatalidade muito mal vai Portugal

Não vou perder tempo a falar da crise. Todos nós sabemos que ela está aí, todos nos sabemos que as opções de empregabilidade no nosso país são escassas. Todos sabemos que muitos portugueses olham para a saída do país como uma oportunidade para construir um futuro melhor que o presente. 

Emigrar não deve ser um drama. Não pode ser um drama, muito pelo contrário. Emigrar deve ser, antes de tudo, o abraçar de uma nova experiência que trará retorno não só financeiro mas também, e acima de tudo, de conhecimento a todos os níveis. Verifico, e com grande tristeza, que o português olha para a emigração como uma "obrigação", é um pensamento pequenino querer limitar a existência ao rectângulo que chamamos de país. É um comodismo atroz que coloca os seres humanos fechados no seu próprio casulo rejeitando abrir horizontes, experimentando novas culturas, enfim, tendo uma experiência de vida verdadeiramente preenchida! 

Fomos um país de navegadores e de emigrantes. Hoje parece que somos um país com medo de emigrar. Somos o país que prefere ganhar o salário mínimo e ter emprego a dois metros de casa que sair da zona de conforto e experimentar o que o mundo tem para oferecer. Sair não é um drama, sair é uma oportunidade. Uma oportunidade que devemos aproveitar para crescermos enquanto pessoas. Vivemos numa aldeia global, tanto estamos em Nova Iorque como, em menos de 24 horas, estamos em Lisboa, Paris, Tóquio ou Sydney. O tempo dos emigrantes que só regressavam à pátria passado 30 anos terminou, hoje tudo é muito mais fácil e, precisamente hoje, muitos continuam a fazer da oportunidade de emigrar uma desgraça sem fim!

Estamos a perder cérebros e mão-de-obra qualificada? Não, não estamos! Não estamos porque não existe mercado para absorver essa mesma mão-de-obra. Quando não há mercado para escoar o produto, nada melhor que exportar. Cada português competente que exportamos é uma afirmação da nossa marca enquanto país. Muito poucos pensam nisto!

Sem comentários: